CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Conheça a Síndrome do Pânico É cada vez maior o número de pessoas coma doença A Síndrome do Pânico ataca sem aviso prévio. As pessoas são tomadas por uma sensação de terror e mal-estar, muitas vezes chegando a crer que vão morrer em poucos instantes. Não há como prever quando ou como um ataque de pânico vai ocorrer. Muitas pessoas acabam desenvolvendo ansiedade entre os episódios, preocupadas com a possibilidade de um novo ataque. Os principais sintomas de um ataque são a alteração do ritmo do coração, que dispara, suor intenso, fraqueza, desmaio ou tontura. As mãos podem começar a tremer ou ficar sem força. Dor no peito, que muitas vezes é confundida com um ataque cardíaco, pode vir acompanhada de uma sensação de estar fora da realidade. O que melhor define os sintomas, porém, é a sensação de morte súbita e medo intenso, como se a pessoa estivesse prestes a perder o controle de tudo. Os ataques podem ocorrer a qualquer momento do dia, inclusive durante o sono e mesmo quando não se está sonhando. Na maioria da vezes eles têm duração de até dois minutos, podendo chegar a dez minutos em alguns casos e, raramente, se prolongar por até uma hora. O quadro atinge entre 1% e 5% da população e é duas vezes mais freqüente em mulheres. Pode ter início em qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens, entre 20 e 30 anos. Nem todo mundo que tem um ataque de pânico vai desenvolver a Síndrome do Pânico. Muitas pessoas apresentam esses sintomas uma vez e eles nunca mais voltam a aparecer. É muito importante que se procure rapidamente por tratamento, já que, com o tempo, a doença pode se tornar muito debilitante. Os ataques de pânico muitas vezes são acompanhados por depressão e alcoolismo, podendo também desenvolver quadros fóbicos, principalmente em relação a situações ou locais onde tenham ocorrido. Por exemplo, um ataque dentro do elevador pode fazer com que a pessoa passe a evitá-los. Sair desacompanhado de casa ou freqüentar locais muito abertos ou de onde é difícil sair torna-se um martírio. O tratamento é realizado por médicos psiquiatras e apresenta resultados muito animadores. Utilizam-se dois tipos de tratamento. O mais comum é o uso de medicação antidepressiva. Outra alternativa é a terapia cognitiva-comportamental, em que o paciente é exposto gradativamente a situações de ansiedade e medo, tornando-se, aos poucos, habituados a elas. Muitos profissionais utilizam os dois métodos em conjunto. Seja qual for o escolhido, uma melhora importante só é notada no período de 6 a 8 semanas. por: Ricardo Baccarelli Carvalho, 28, médico
(Época Online / Diário de S.Paulo - 12/12/2002) |